domingo, 4 de março de 2012

Testemunho Ganhador do 2° Apartamento



Há mais ou menos 10 anos, tomamos a decisão de vender a nossa casa para comprarmos um caminhão para eu trabalhar. Estava desempregado há um bom tempo, fazendo bicos com caminhão de outras pessoas que não dava lucro nem para o próprio dono, muito menos para mim. Passamos por um período difícil. Na época, meus três filhos ainda eram menores, não podiam trabalhar e minha esposa estava há muito tempo fora do mercado de trabalho. Todos dependiam exclusivamente de mim. Então, compramos o caminhão e passamos a morar de aluguel. Quando comecei a me estabilizar no trabalho, sofri um acidente, em que graças a Deus não tive um arranhão se quer, nem os meus dois amigos que estavam comigo, mas perdi completamente o baú do caminhão que mais parecia uma lata de sardinha amassada. No pára-brisa do caminhão que ficou intacto, eu carregava a imagem de Nossa Senhora da Estrada que colocou sua mão sobre mim e meus amigos e nos protegeu. Porém, eu não tinha recursos para consertar ou comprar outro baú. Passei um ano desempregado, minha esposa voltou a trabalhar, mas o salário mal dava para pagar o aluguel. Não chegamos a passar fome, mas vivíamos no limite, com bastantes restrições. Nossas dívidas se acumularam. Até que um amigo me emprestou o dinheiro de que eu necessitava para arrumar o baú. Paguei o empréstimo e nossa vida começou a engrenar novamente. Na semana entre o Natal e o Ano Novo de 2004, sofri um acidente vascular isquêmico (derrame cerebral) em Alagoas/PB que me deixou seqüelas. Pela graça de Deus, recebi ajuda de pessoas que nunca vi na vida, mas que com o coração cheio de bondade abriram as portas de sua casa para mim e minha esposa para que pudéssemos ficar até que comprássemos passagens de volta para São Paulo. Minha esposa que havia saído há pouco tempo do emprego gastou todo seu fundo de garantia (FGTS) para me buscar que teve de ser avião, porque meu quadro clínico era delicado e os médicos disseram que eu não agüentaria uma viagem de ônibus tão longa. Quando nossa vida voltou aos trilhos, minha esposa passou a procurar uma casa para comprarmos. Essa busca se estendeu por três anos. No final do ano de 2011, tentamos comprar a casa de uma vizinha amiga, mas por motivos que só Deus conhece, mesmo sem restrições no nome, com crédito aprovado, com todos os documentos entregues ao banco, o financiamento não saía. A cada ida ao banco uma nova surpresa: contrato feito errado, documentos que foram entregues e de repente desapareceram. Passamos por quatro funcionários do banco que não puderam resolver nosso caso. Perdemos tempo, paciência e dinheiro, tanto a minha família quanto a nossa vizinha. Depois de tanto desgaste em vão, decidimos desistir da compra. Nesse mesmo tempo, perdi minha sogra com quem convivi mais tempo que a minha própria mãe. Minha esposa estava desolada. Na semana do dia 29 que antecedia o sorteio, minha esposa me disse que o quarto das minhas filhas estava com goteiras por todos os lados que uma delas teria que sair do quarto e ir para o do irmão, porque tinha goteira bem em cima dela. Quando ela me disse isso, em segredo rezei a Deus: “Senhor ajuda-me a sair dessa situação. Se tiver alguém que precise mais desse apartamento que seja ele a ganhar, mas olha para a minha necessidade”. Quando padre João ligou em casa no domingo quase às 18 horas perguntando sobre José Pereira Dias, não me contive, pulei de alegria, me emocionei, tirei um peso de 10 anos das costas. Agora eu podia entregar a casa que minha esposa tanto sonhou. Saí contando para os vizinhos, para os irmãos, para os amigos de estrada que se alegraram verdadeiramente comigo. Deus sempre soube de nossa luta e de tudo o que passamos. O ditado “Deus ajuda quem cedo madruga” se aplica a minha vida. Por causa do derrame seria muito difícil conseguir financiar um imóvel. Mas, Deus na sua infinita bondade me deu exatamente o que eu precisava, nem mais nem menos, ele agiu na minha necessidade. Sabe que não fiquei de braços cruzados esperando cair do céu, sabe que fomos atrás, que tentamos de todas as formas, que fizemos como Santo Inácio de Loyola dizia: “Faça tudo o que você tem a fazer como se tudo dependesse unicamente de você e, ao mesmo tempo, como se o resultado dependesse unicamente de Deus”. Essa frase é um resumo das graças que recebemos de Deus. Nunca vamos poder retribuir essa dádiva divina. Somos imensamente gratos. Um presente desses não poderia ter vindo das mãos de ninguém melhor que o próprio Cristo Rei.

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