terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Comunidade e Dízimo

Às vezes eu fico pensando e refletindo como nós padres e os conselhos Administrativos das paróquias - e aqui digo das porque não é só na Paróquia de Cristo Rei, mas em todas as Paróquias – precisamos articular razões para que os fiéis da Igreja Católica sejam dizimistas, isto é contribuam economicamente mensalmente com a Paróquia. Vejo que às vezes chegamos ao ridículo com nossas argumentações. Já tivemos mil idéias: teologia da retribuição, com aquela famosa frase – façam a experiência. Parece que queremos usar de um comércio com o nosso Deus. Teologia fundamentalista do Antigo Testamento: e todos sabem do peso da Lei mosaica sobre o Dízimo. Teologia Pastoral: faz parte da missão de cada Cristão ajudar a comunidade a ser missionária. Entre todos esses argumentos me parece que cada vez mais as pessoas vão se distanciando de uma verdadeira responsabilidade comunitária. Pois a questão central é essa: quem vai pagar a conta da Igreja. O maior argumento é justamente o econômico: A comunidade deve ter consciência das responsabilidades e pendências econômicas do grupo religioso da qual ela pertence. Se é Bíblico, se é Tradição ou mandamento da Igreja todos aprendemos, mas a questão é mais fundamental do que se imagina: qualquer serviço ou trabalho que não seja voluntário deve ser remunerado e alguém tem que assumir a responsabilidade do pagamento. Nós queremos uma Igreja bonita, limpa, bem arrumada e com flores, queremos um Templo agradável e cheiroso, com bancos confortáveis e limpos. E também, se possível, um centro comunitário com lindas salas bem arrumadas e com aparelhos de última tecnologia em áudio-visual. Mas alguém tem que pagar essa conta...
Quando a Comunidade assumi sua verdadeira vocação Cristã ela vai além do Dízimo. As pessoas conscientes da sua vocação cristã não se preocupam em fazer continhas e cálculos mesquinhos para não fugir da Lei Perpétua do Dízimo, elas desejam viver o Evangelho e o mandamento da Caridade conforme fala São Lucas em Atos 2,44: Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum: vendiam suas propriedades e bens, e dividiam-nos entre todos, segundo as necessidades de cada um. Pois bem aqui está o exemplo de uma comunidade verdadeiramente responsável e unida. Quem deseja viver profundamente o Evangelho compreende que pode ser mais, doar mais, ser mais caridoso, ser mais Santo. Nós sabemos que a definição clássica da Teologia para se viver a Santidade é essa: Santidade é perfeição na Caridade. Portanto falar de dízimo como apenas uma Lei externa que pede ao fiel que contribua com 10 por cento de seu salário como perfeição de participação na Comunidade é muita mesquinharia. O Cristão tem vocação à Santidade, portanto deve ter consciência de perfeição na Caridade. Jesus cita a parábola do Bom Samaritano como perfeição na Caridade. E vai mais além quando instiga o Jovem Rico a vender tudo o que possuía para segui-lo. Bem, agora é sua consciência caro leitor (a) que vai determinar sua perfeição na caridade, sua responsabilidade na comunidade. Talvez você ainda não esteja tão pronto a isso, mas convém pensar e refletir seriamente como está sua efetiva participação na comunidade, sua verdadeira responsabilidade sobre sua vocação e sua fé.

Pe. Joaõ Benedito Pires das Neves

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