sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Tempo da Páscoa


A palavra Páscoa tem sua raiz na palavra hebraica Pessach, que significa Passagem, Libertação. O povo de Deus era escravo no Egito, então Deus se revelou a Moises no Monte Sinai como o Deus que liberta o povo da escravidão e conduz para uma terra boa, terra que tem leite e mel com abundância, terra que frutifica a liberdade. O povo de Deus fez sua passagem e conquistou, com a ajuda de Deus, a liberdade tão desejada. Tornou-se uma grande nação sob a égide da Lei Divina.

Jesus é o Filho de Deus, o Messias, e também Judeu. Ele celebrou durante sua vida terrena a festa da Páscoa Judaica. Conhecia o desejo profundo da humanidade em viver a liberdade que se encontra somente em Deus. Por isso na nova aliança inaugurada por Cristo nós que éramos povo de Deus nos tornamos Corpo Místico de Cristo e vivemos sob a égide da nova Lei, uma nova liberdade – o Amor - selada não mais em tabuas de pedras, mas no nosso coração pela força santificante do Espírito recebida junto à fonte batismal. Em Cristo tomamos consciência do Reino de Deus, seus valores fundamentais, sua essência e o seu significado profundo para nós. Na comunidade Cristã nós aprendemos esses valores quando participamos com atenção da Semana Santa (O Tríduo Pascal). As celebrações vão tomando forma e apresentando o conteúdo em nosso coração e em nossa mente. A força de Cristo ressuscitado clareia nossa mente que define e conceitua o conteúdo da fé, e também clareia nosso coração para que tudo em nossa vida possa ser discernido e julgado conforme os valores de Cristo.

A partir da luz de Cristo o conceito de liberdade vai se definindo em nossa vida e alargando o horizonte de nossa compreensão sobre a nossa Vida em Cristo. Para nós cristãos a liberdade assume critérios mais humanistas, solidários e fraternos, fundamentados no mandamento da caridade. O conceito de liberdade se torna conciliador, pacificador e caritativo. Por isso que os primeiros mártires da Igreja compreendiam que a morte era um limite totalmente superável. Eles sabiam que em Cristo não há limites para exercer a liberdade de amar. Nem a morte podia destruir o amor de Deus derramado sobre nós pela graça do Seu Filho que se ofereceu como vitima pacificadora no altar da Cruz.

Em Cristo a Pessach se torna a passagem da morte para a vida eterna para todos nós que acreditamos Nele e somos por Ele conduzidos.

Pe. João Benedito Pires das Neves

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